O dia 22 de Maio foi proclamado pelas Nações Unidas como o Dia Internacional da Diversidade Biológica.
Passados 26 anos da assinatura do convénio sobre a Diversidade Biológica, está em curso a 6ª grande extinção em massa, a primeira causada pela espécie humana. Neste dia lembramos que a biodiversidade, que inclui a diversidade de espécies, a diversidade genética, a diversidade de ecossistemas está profundamente ameaçada.
Não é dada a importância devida a este flagelo mas é assunto que interessa a todos e em especial aos trabalhadores. As consequências que tem na alimentação e na saúde, as alterações provocadas nas zonas de reprodução e migração de peixe e que por isso afecta a pesca e a agricultura, a polinização ou proteção das flores das plantes e árvores de frutas, etc. Isto obriga a mudar o tipo de produção conforme as regiões mais ou menos afectadas e tem efeito direto em termos de emprego nestes sectores.
O recente relatório da Plataforma Intergovernamental sobre a Biodiversidade e os Serviços Ecossistémicos, da ONU, elaborado por cientistas de todo o mundo, traça um retrato da catastrófica situação atual - mais de um milhão de espécies de seres vivos estão ameaçados de extinção; 40% das espécies de anfíbios, 33% dos recifes de corais e mais de um terço dos mamíferos marinhos estão ameaçados; mais de um terço da superfície terrestre e 75% dos recursos de água doce são destinados à agricultura e criação de gado; pelo menos 680 espécies de vertebrados desapareceram desde o século XVI; pelo menos 10% das espécies de insetos estão ameaçadas; a degradação dos solos reduziu em 23% a sua produtividade; uma parte da produção agrícola, de valor de 577 mil milhões de dólares, pode perder-se devido ao desaparecimento de insetos polinizadores; 100 a 300 milhões de pessoas estão expostas a um risco acrescido de inundações e de tempestades devido à perda de habitats costeiros e da proteção que estes conferem; as zonas urbanas mais do que duplicaram desde 1992; a poluição por plástico aumentou dez vezes desde 1980.
O relatório sublinha que «A natureza declina globalmente a um ritmo sem precedentes na história humana – e a taxa de extinção de espécies acelera-se provocando, no presente, efeitos graves nas populações do mundo inteiro». Identificaram-se os fatores causadores desta situação e que são, por ordem decrescente: (1) as alterações no uso das terras e do mar; (2) a exploração direta de certos organismos; (3) as alterações climáticas; (4) a poluição; e (5) as espécies exóticas invasoras.
O relatório diz, contudo, que «não é demasiado tarde para agir, mas apenas se começarmos a fazê-lo a todos os níveis, do local ao mundial». Uma mudança transformadora pode conservar, restaurar e utilizar de maneira sustentável a natureza. Essa mudança transformadora terá de ter em consideração os factores sociais, tecnológicos e económicos, e incluir alteração de paradigmas, objectivos e valores.
São necessárias acções vigorosas e urgentes para travar a destruição dos ecossistemas dos quais também fazemos parte.
É urgente agir, e os sindicatos também têm algo a dizer!
Este ano a ONU destaca a importância da biodiversidade para a nossa alimentação e para a nossa saúde. Se se perder biodiversidade põe-se em causa a alimentação, veja-se o caso da redução dos insetos polinizadores tão essenciais às culturas e à vida humana.
São necessárias ações vigorosas e urgentes para travar a destruição dos ecossistemas dos quais também fazemos parte. É necessário agir de forma coordenada e consequente.
Com o saque indiscriminado e abusivo dos recursos, não se encontraram respostas para os sérios problemas ambientais e agravar-se-ão com a apropriação da terra, das matérias primas, dos recursos extraídos da natureza nas mãos de poucos.
A CGTP-IN, reclama toda a atenção para um Desenvolvimento Ambientalmente Sustentável, que importa lembrar, tem que assegurar, além do desenvolvimento económico dos países, a defesa do ambiente e do clima e ao fim a ao cabo, garantir a própria vida e bem estar das populações e dos trabalhadores, garantindo-lhes o emprego e as condições de trabalho digno!
Importa por isso reforçar a acção dos sindicatos em prol do Desenvolvimento Sustentável. Importa que os Governos não se limitem a planos a longo prazos sem alterar o sistema económico de mercado, cuja prioridade tem sido de permitir às empresas fazer lucros, custa o que custar, mesmo se isso inclui a vida de milhões.
Departamento para o Desenvolvimento Sustentável da CGTP-IN
Para mais informações: Site oficial do Dia Internacional da Diversidade Biológica:
https://www.cbd.int/idb/2019/