As pressões externas, militares, politicas e económicas que a Venezuela vem sofrendo constituem uma inaceitável ingerência sobre o povo e os trabalhadores Venezuelanos e uma tentativa de condicionar a legitimidade democrática do processo da Constituição de uma assembleia constituinte.
O simulacro do plebiscito realizado pelas forças políticas mais retrógradas do país com o apoio dos EUA e da UE, o lock-out do grande patronato contra a economia venezuelana e o atentado ao Estado de direito que resultou da indicação de juízes comprometidos com a contra revolução para um Supremo Tribunal de Justiça fantoche, confirmam que estamos perante uma nova tentativa de um golpe de Estado promovido pela direita na Venezuela.
Desde a convocação do referendo para a Assembleia Nacional Constituinte que o capital financeiro e monopolista da Venezuela acentuou a ofensiva contra o Estado, os trabalhadores e o povo. Para o efeito aprofundou a sabotagem e destruição de bens e serviços de primeira necessidade, fomentou a desestabilização e a insegurança das pessoas e provocou a violência com um rasto lamentável de mortes com o objectivo de recuperar o poder, que a vontade democrática e soberana do povo e a revolução bolivariana lhe retirou em 1999.
Os problemas do país não se resolvem com sanções e bloqueios políticos, económicos e comerciais ou com agressões armadas e actos terroristas mas com diálogo e compromissos que assegurem as condições necessárias para se encontrar saídas que garantam a segurança o desenvolvimento económico e social e o bem-estar do povo da Venezuela.
No dia 30 de Julho os venezuelanos têm a oportunidade de democraticamente com o seu voto decidir o futuro que pretendem para o seu país. A Assembleia constituinte de 30 de Julho, convocada ao abrigo do artigo 348 da Constituição Bolivariana é aberta à participação de todos, incluindo os que, como os partidos de direita que antes a reclamavam e hoje a rejeitam.
Compete agora aos trabalhadores e ao povo venezuelano o direito e o dever de se pronunciarem sobre o rumo que o seu país deve seguir. Respeite-se pois, a vontade soberana do povo.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 25.072017