Cumprem-se 71 anos desde que Israel iniciou um processo de expulsão, destruição e limpeza étnica na Palestina, num processo conhecido como Nakba (palavra Árabe que significa Catástrofe). Israel iniciou em 1948 um processo de expulsão dos Palestinos que historicamente viviam no seu território, destruíram 500 aldeias e deixaram 750 000 refugiados constituindo nesse território – muito superior ao definido no plano de partilha aprovado pela ONU – o estado de Israel.
Até hoje, o Estado de Israel mantém a agressão, perseguição, segregação racial e repressão sobre os Palestinos, vítimas diárias da política Israelita. Os territórios Palestinos continuam a ser roubados, ocupados, espoliados e a serem neles construídos colonatos ilegais. Continuam a ser aplicadas medidas repressivas contra a população palestina, que incluem a destruição das suas habitações e a expulsão da população das aldeias beduínas.
Os trabalhadores palestinos continuam a ser discriminados no acesso ao emprego e não usufruem de direitos laborais nem de protecção social, sendo submetidos a processos de submissão e exploração extremos, conforme os relatórios da Organização Internacional do Trabalho denunciam.
Na agricultura, a destruição de plantações acontece diariamente, o acesso à água potável é limitada, assim como a destruição de infra-estruturas.
A Palestina tem a maior comunidade refugiada do mundo que exige, de forma permanente, o regresso ao seu território, como tem sido patente nas manifestações da Grande Marcha do Retorno, que se realizam desde há um ano e que têm sido reprimidas pelo governo de Israel, causando dezenas de milhares de feridos e centenas de mortos.
O Estado de Israel, violando todas as normas e leis internacionais, mantém e alarga a ocupação. O anúncio por parte dos EUA da transferência da Embaixada e o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o reconhecimento da soberania de Israel sobre os Montes Golã Sírios ocupados, o corte no financiamento à agência da ONU de assistência aos refugiados, o anúncio, por parte do Primeiro-ministro de Israel, da anexação formal dos territórios ocupados na Cisjordânia, a intensificação do isolamento e violência em Gaza e o recente anúncio do “acordo do século” são traços que mostram que os interesses dos EUA e de Israel estão em total consonância e que, pela vontade de ambos, irá intensificar-se a política agressiva e predadora nesta zona do globo.
Israel é o maior foco de conflitos e de instabilidade da região, mantendo-se como a maior potência militar, desenvolvendo permanentemente a sua capacidade nuclear e utilizando repetidamente a violência e a agressão.
Por tudo isso, é tempo da União Europeia e do Estado Português porem fim às suas posições ambíguas, que, objectivamente, favorecem e legitimam a escalada de agressão do governo de Telavive.
A CGTP-IN exige uma posição clara do Estado Português em defesa do direito internacional, que condene a continuada repressão sobre o Povo Palestino e reconheça o Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como capital.
A CGTP-IN reafirma a sua solidariedade e exorta o povo português a apoiar os trabalhadores e o povo palestinianos, na sua heróica luta pelo direito à constituição do seu Estado Independente e Soberano, com as fronteiras anteriores a Junho de 1967 e a capital em Jerusalém Oriental.