Quando passam 210 anos sobre o início do processo de independência da Venezuela, a CGTP-IN junta a sua voz aos que, um pouco por todo o mundo, saúdam a Revolução Bolivariana, a herdeira desse processo de emancipação nacional e social, de liberdade e paz, exigindo o respeito pela soberania da Venezuela e pelo rumo de progresso e justiça social que ela vem trilhando.
A CGTP-IN sublinha a determinação e coragem com que os trabalhadores, o povo e o Estado venezuelanos enfrentam a continuada agressão do imperialismo, cujo cerco militar se vem agora juntar, de forma criminosa, ao reforço das sanções e do bloqueio económico e financeiro imposto pelos EUA e a União Europeia, obstaculizando criminosamente o acesso a bens e equipamentos de prevenção e combate ao novo coronavírus, além do ataque a outros direitos fundamentais.
Neste dia de comemorações de independência, a CGTP-IN denúncia as intenções dos EUA, agora enquadradas por um “plano de transição para a Venezuela”, servilmente secundado pela UE e pelo governo português, que desprezam a soberania do povo venezuelano, insistindo numa mudança de regime que este e a sua Revolução Bolivariana têm reiteradamente derrotado.
Os EUA e os seus aliados não perdoam a ousadia da Revolução Bolivariana em colocar os recursos da Venezuela ao serviço do desenvolvimento do país e da solidariedade internacionalista, retirando das mãos da oligarquia local e do imperialismo o potente sector petrolífero. Os EUA, a UE e seus aliados não perdoam que os recursos que vinham ilegitimamente usurpando ao povo venezuelano estejam a servir para retirar milhões de trabalhadores da pobreza e para definir direitos laborais e outros direitos sociais; para atribuir habitações com condições dignas a mais de 3 milhões de famílias; para acabar com o analfabetismo e para permitir a milhares de jovens de camadas mais pobres da população aceder à educação, nomeadamente ao ensino superior (sector em que a Venezuela tem, hoje, uma das maiores taxas de frequência do mundo); para generalizar os serviços e o acesso aos cuidados de saúde, conquistas que se têm revelado fundamentais nesta fase de prevenção e combate ao vírus e aos seus efeitos; para favorecer processos de integração soberana na América Latina, baseados na igualdade e no interesse recíproco de países e povos.
A CGTP-IN considera fundamental o fim das sanções e do bloqueio que os EUA e a União Europeia impõem à Venezuela e apela à defesa da paz e ao imediato levantamento do cerco militar a este país, no respeito pelo direito internacional e pelo direito dos povos à paz e a decidir livremente o seu sistema económico, político e social.
Exige-se do governo português que respeite a Constituição da República Portuguesa e se demarque das acções de ingerência e agressão dos EUA e dos seus aliados, condição indissociável da defesa dos interesses dos venezuelanos e da própria comunidade portuguesa aí residente.
Aos trabalhadores, ao povo e às forças sociais e políticas comprometidas com a Revolução Bolivariana, a CGTP-IN expressa a sua solidariedade e a esperança na continuidade do caminho que soberana e democraticamente escolheram e na força do exemplo que a Venezuela Bolivariana constitui para quem quer construir um mundo de paz, desenvolvimento e justiça social.
INT/CGTP-IN
19.04.2020