Cumprem-se 72 anos desde que Israel iniciou um processo de expulsão, destruição e limpeza étnica na Palestina, num processo conhecido como Nakba. Até hoje, o Estado de Israel mantém a agressão, perseguição, segregação racial e repressão sobre os Palestinianos, vítimas diárias da política Israelita.
O Governo Israelita anunciou recentemente uma nova anexação de cerca de um terço do território Palestiniano, com a instalação de colonatos em vastas áreas do território da Cisjordânia, reconhecido internacionalmente como parte do território Palestino. Este acto é mais um desrespeito e violação das normas e leis internacionais e das resoluções das Nações Unidas, nomeadamente as que determinam a criação do Estado da Palestina nas fronteiras de Junho de 1967 com capital em Jerusalém Ocidental.
Este acto, assim como a escalada de ocupação de território Palestino, o anúncio por parte dos EUA da transferência da Embaixada e o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, o reconhecimento da soberania de Israel sobre os Montes Golã Sírios ocupados, o corte no financiamento à agência da ONU de assistência aos refugiados, a intensificação do isolamento e violência em Gaza e o recente anúncio do “acordo do século” são traços que mostram que os interesses dos EUA e de Israel estão em total consonância. Pela vontade de ambos, irá intensificar-se a política agressiva e predadora nesta zona do globo, aumentando as tensões no Médio-Oriente, com a ingerência e agressão aos povos desta região.
Por tudo isso, é tempo da União Europeia e do Estado Português porem fim às suas posições ambíguas que, objectivamente, favorecem e legitimam a escalada de agressão do governo de Telavive.
Nada justifica o silêncio conivente com tais actos que, pelo contrário, exigem uma firme condenação. Israel é o maior foco de conflitos e de instabilidade da região, mantendo-se como a maior potência militar, desenvolvendo permanentemente a sua capacidade nuclear e utilizando repetidamente a violência e a agressão. O Estado Português deve não só condenar este rumo como demarcar-se da política que tem seguido de subserviência aos interesses dos EUA, respeitando antes a Constituição da República Portuguesa e o direito internacional e pautando-se pela defesa da paz e da estabilidade naquele território.
A CGTP-IN exige uma posição clara do Estado Português em defesa do direito internacional, que condene a continuada repressão sobre o Povo Palestino e reconheça o Estado da Palestina, com Jerusalém Oriental como capital.
A CGTP-IN reafirma a sua solidariedade com o povo e os trabalhadores Palestinianos, atingidos de forma particular pela pandemia do COVID-19, situação que não cessou, pelo contrário, aprofundou a repressão e a ofensiva aos trabalhadores Palestinianos e às populações. Apelamos ao povo português e aos trabalhadores Portugueses que reforcem a solidariedade com os trabalhadores e o povo palestinianos, na sua heroica luta pelo direito à constituição do seu Estado Independente e Soberano, com as fronteiras anteriores a Junho de 1967 e a capital em Jerusalém Oriental.