Os dados da execução orçamental do 1º trimestre do ano, com o saldo das contas públicas a agravar-se em 108 milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, traduzem a necessidade de por cobro à sangria de recursos que todos os dias saem dos cofres do Estado para pagar os encargos com uma dívida pública que, em parte é ilegítima e no seu todo insuportável.
Nos primeiros três meses do ano, o Estado gastou mais em juros e encargos da dívida do que nos salários de todos os médicos do SNS e dos professores do ensino básico e secundário, ao mesmo tempo que as verbas destinadas ao pagamento de subsídios de desemprego continuaram a descer (-16%).
Num quadro em que Portugal é o país da UE onde os juros da dívida mais pesam no PIB, torna-se urgente encetar um processo de renegociação da dívida pública que envolva os seus montantes, juros e prazos, libertando capacidade financeira para apostar na satisfação das necessidades essenciais dos trabalhadores e do povo.
Para a CGTP-IN, a implementação de uma política alternativa passa entre outras, pela adopção de medidas corajosas que incidam sobre a despesa parasitária, nomeadamente aquela que se prende com os juros da dívida, mas também a relativa a PPP´s, aos SWAP e às "ajudas" ao sector financeiro.
DIF/CGTP-IN
Lisboa, 27.04.2016