A intenção de acelerar o processo com vista à suspensão parcial de fundos comunitários a Portugal, expressa pelo comissário Pierre Moscovici, confirma a postura de chantagem da U.E. e constitui mais uma ingerência inaceitável em vésperas da proposta de Orçamento do Estado para 2017.
Numa altura em urge aumentar o investimento no aparelho produtivo português e a melhoria dos rendimentos dos trabalhadores e dos pensionistas para assegurar o crescimento e a recuperação sustentada da economia, a União Europeia (U.E.) retoma a pressão para condicionar e, se possível, alterar o rumo decidido pelo povo nas últimas eleições.
Não deixa de ser paradigmático que, a mesma U.E. que manifesta insistentemente a "prioridade ao crescimento", persista na intenção de impor cortes na aplicação dos fundos estruturais que, a acontecer, teriam inevitavelmente um impacto negativo no aumento da capacidade de Portugal crescer.
Desta forma fica demonstrado que temos uma U.E. com dois pesos e duas medidas. Arrogante e totalitária com países como Portugal e submissa e rastejante perante outros de maior dimensão como a Alemanha. Tal facto confirma que não há leituras inteligentes, mais ou menos flexíveis, das regras do Tratado Orçamental, autêntico instrumento para a perpetuação da política de exploração e empobrecimento, cujos desastrosos resultados a população portuguesa bem conhece.
A CGTP-IN denúncia, rejeita e combaterá esta política que fomenta o retrocesso social e económico, questiona a soberania e desrespeita a vontade popular expressa democraticamente pelo povo português.
Para a CGTP-IN o momento que vivemos não se compadece com cedências à U.E., mas com a aceleração do processo de reversão das medidas anti-sociais e anti-laborais impostas pelo anterior governo PSD/CDS e a implementação de uma nova política que melhore as condições de vida e de trabalho, promova o combate à pobreza e às desigualdades e seja um motor para o desenvolvimento e crescimento económico.